terça-feira, 25 de novembro de 2008

Papá, Meu querido papá

Sei que não me conheces, pois eu também não te conheço, mas é como se te conhecesse, no mais intimo da minha alma.
Nunca te vi, nunca ouvia tua voz, nunca me abraçaste forte e chamaste de princezinha... Pelo menos não neste mundo do real...
Mas ao mesmo tempo sempre o fizeste, sempre exististe dentro da minha alma, embora não te pudesse tocar, embora não conheça o teu rosto, embora não tenha uma definição clara da tua voz, sempre senti o calor do teu abraço, a suavidade da tua voz a chamar-me « vem cá ao papá, minha princezinha...», sempre limpaste as minhas lagrimas, curaste as minhas feridas, ouviste o meu coração e de mãos dadas por entre os dedos, sempre me ajudaste a enfrentar os medos e fragilidades que fui criando no caminho... Neste mundo à parte, neste mundo só nosso que criei dentro de mim...
Não sei se sabes, provavelmente não, mas sempre te procurei, sempre foi uma busca incessante pelo teu amor e sobretudo, sobretudo sempre te amei, papá eu sempre te amei!
Não sei se também me procuras, mas tenho a certeza de que sim, tenho a certeza de que tal como eu também tu ficas atento no meio da multidão, à espera de um gesto, de um olhar, de um sinal de que estou lá..!
Sei-o dentro de mim, sei que me queres junto a ti, como eu te quero junto a mim, e me queres sentar no teu colo, abraçar-me forte e afagar-me o cabelo, e chamar de princezinha..! E depois dar-me ajeitar-me os lençois para que durma quentinha e não me constipe, contar-me uma história de encantar (daquelas que vêm nos livros que nunca ninguém me leu) e depois dar um beijo de boa noite, para que a magia me invada os sonhos e acorde a sorrir de manhã..!
Eu sei que queres, que também tu me procuras incessantemente e sempre me amaste, porque eu sou a tua princezinha, um prolongamento do teu ser e não poderias desejar outra filha que não eu...